Curiosidades
Cérebro descansa antes do erro
Chicago – Cientistas descobriram que o cérebro humano entra em um estado de descanso, segundos antes de cometer um erro. Essa espécie de dormência é, de acordo com a pesquisa, provocada por tarefas monótonas e pode ser detectada antes que a pessoa cometa o erro. A equipe conseguiu chegar aos resultados ao identificar padrões cerebrais com exames de ressonância magnética.
A equipe foi coordenada pelo norueguês Tom Eichele, em parceria com cientistas britânicos, alemães e norte-americanos. Para os pesquisadores, os erros não são apenas o resultado de flutuações momentâneas de concentração ou da atividade cerebral, mas conseqüência da própria mente, que perde o foco em uma determinada tarefa que lhe pareça monótona.
Ao monitorar uma determinada área do cérebro, os pesquisadores foram capazes de adivinhar quando alguém estava prestes a cometer um erro, diz o estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. "Há algo provavelmente intrínseco através do qual seu cérebro diz: Preciso descansar um pouco agora’, e não pode fazer nada contra isso", explicou o autor do estudo, Tom Eichele, da Universidade de Bergen, na Noruega. "Provavelmente, todos conhecem esse sentimento, que às vezes dá a impressão de que o cérebro não está tão receptivo ou funcionando tão bem, e ninguém faz nada para ficar assim", disse Eichele.
Quando isso passa, o sangue flui para a parte do cérebro que fica mais ativa em momentos de descanso. O fluxo sangüíneo é analisado com ressonância magnética e, então, mede-se o nível de atenção secundária ou paralela, com testes tradicionais de psicologia. E, como esse estado começa cerca de 30 segundos antes que se cometa um erro, é possível desenvolver um sistema de advertência que avise as pessoas para se concentrarem mais ou serem mais cuidadosas", afirmou o pesquisador. Isso poderia melhorar significativamente a segurança no local de trabalho e também melhorar o desempenho de tarefas cruciais, como as que envolvem segurança nos aeroportos, o trabalho de motoristas ou pilotos, por exemplo.
Para Eichele, é possível construir um artefato para ser colocado nas cabeças das pessoas que tomam essas decisões sensíveis. "Podemos medir o sinal e indicar ao usuário quando seu cérebro está em um estado no qual as decisões que ele tomar não serão as corretas", explica. O próximo passo é tentar desenvolver artefatos menores e mais portáteis para detectar o fenômeno cerebral.
A pesquisa joga mais luzes sobre o funcionamento do cérebro e confirma outro estudo, desenvolvido recentemente pela equipe de John-Dylan Haynes, da Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, na Grã-Bretanha. Enquanto o trabalho de Eichele se concentrou nos erros, o estudo der Haynes destacou que é possível prever decisões até 10 segundos antes de seu autor se dar conta. “Parece que o cérebro começa a disparar a decisão antes de estarmos conscientes dela”, afirma Haynes.
::Fonte: Jornal Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário